Como planejar sua viagem passo a passo – parte 1

No post anterior, eu contava que, antes de bater o martelo sobre o destino para o qual irei na minha próxima viagem, costumo fazer um levantamento preliminar de gastos que teria para ir a dois ou três lugares diferentes. Dessa forma, posso comparar as opções e escolher o melhor custo-benefício da vez.

Essa, então, para mim, é uma primeira etapa do planejamento das minhas férias. Nesse post, contarei (passo a passo) como costumo fazer esse levantamento de gastos (orçamento) que garante que eu sempre faça as melhores escolhas para o meu bolso:

 

PASSO 1 – ESCOLHA AS CIDADES QUE QUER CONHECER – O primeiro passo, obviamente, é determinar que destinos você pretende cotar. Que cidades você quer conhecer? Quantos dias quer viajar?

Tem um site que eu costumo usar pra ter ideias de possíveis rotas: o da CVC (kkkk, verdade!). Costumo ir lá em “circuitos” e ver que cidades eles costumam agregar numa mesma viagem. É uma primeira fonte de inspiração excelente, já que por detrás dos pacotes elaborados por essa gigante do turismo, certamente há ‘ciência’.

Isso é muito útil porque o deslocamento entre as cidades que formam uma rota nem sempre é fácil, ainda que a distância entre elas não seja tão grande. Há muito o que se considerar para determinar as melhores combinações.

Depois de olhar em sites de companhias aéreas ou basear-me em relatos de amigos e conhecidos, abro duas guias na internet: uma com o Google Imagens, outra com o Google Maps. No Maps, insiro o nome das cidades principais que pretendo ir e vejo o que há entre elas. Vou jogando os nomes das pequenas e médias cidades que há no caminho no Google Imagens, e vendo se há algo que chama a atenção, que parece interessante. Fotos chamativas levam a pesquisas mais profundas sobre o local.

Mais de uma vez, descobri dessa forma cidades sensacionais, fora da maioria dos guias.

Foi assim que achei, por exemplo, o castelo templário de Malbork na Polônia:

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E essa cidade medieval animal (Cesky Krumlov) na República Tcheca (que agora está mais popular):

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Essa lista poderia continuar…Mas, vocês entenderam o espírito da coisa! Use e abuse desses sites pra ver que cidades casam bem numa mesma rota (nada como uma road trip pra agregar tudo o que houver de interessante num mesmo caminho).

Além do site da CVC, do Google Maps e Imagens, o Guia dos Mochileiros é sensacional. Lá você encontrará uma comunidade de centenas de viajantes experientes que já foram para qualquer lugar que você possa pensar em ir, dando as melhores dicas possíveis.

Lembre-se de ser realista quanto a quantidade de cidades que visitará em uma mesma viagem, considerando a quantidade total de dias, a distância e a facilidade de transporte entre elas.

 

Vencida essa primeira etapa, vamos para o passo 2!

PASSO DOIS – DETERMINE QUANTOS DIAS FICARÁ EM CADA LOCAL – Você já definiu, mais ou menos, que lugares gostaria de conhecer. Agora, é preciso pegar a quantidade total de dias que dispõe para suas férias e distribuir por esses locais. Algo neste estilo:

DIA 1 e 2 – MILÃO

DIA 3 e 4 – LA SPEZIA (5 Terre)

DIA 5 – PISA

DIA 6, 7 e 8 – FLORENÇA

 

Na hora de fazer essa distribuição do número de dias pelo número de locais a visitar, é bem provável que você acabe percebendo que terá que eliminar algumas cidades por que tinha planejado passear. Terá também a tentação de diminuir o número de dias em cada lugar, para poder acrescer mais destinos. Não sucumba à tentação! Só diminua o tempo em cada lugar se, depois de pesquisar bem a rota e a opinião de quem já foi, concluir que esse tempo é suficiente para ver tudo que te interessa. Não sacrifique qualidade por quantidade!

Para decidir quantos dias ficar em cada local, nada melhor do que…pesquisar. Há centenas de blogs de viagens com roteiros montados e a indicação do tempo que você precisará para conhecer um lugar.

Normalmente, 3 ou 4 dias em cidades grandes permitem um aproveitamento razoável. Claro que há muitos lugares que parecem inesgotáveis e que demandariam muito mais tempo do que isso. Para mim, o grande exemplo disso é Roma. Fui quatro vezes a Roma nos últimos anos e, a cada vez, encontrei novos pontos turísticos interessantíssimos que, até então, não tinha visto. Acho que só morando lá pra dar conta de tudo que merece ser conhecido.

 

ROMA – Há muitos lugares novos a cada ida, mas há também os clássicos, para os quais sempre volto ❤

Algumas cidades menores, por outro lado, podem ser visitadas em um dia ou mesmo horas (várias cidadezinhas da Toscana se enquadram nesse perfil). Para acertar, pesquise na internet a opção de quem já foi.

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PASSO 3 – PESQUISA DE PREÇOS –  Você já definiu onde estará em cada dia da sua viagem. Agora, é hora de pesquisar preços, item por item:

A) PASSAGEM AÉREA – o custo com a passagem aérea costuma representar 1/3 ou, pelo menos, 20% do valor total da viagem (ao menos nas minhas). Por isso, economizar aqui é muito importante.

Existem mil dicas disponibilizadas em mil sites sobre como economizar na hora de comprar a passagem. Não irei repeti-las! Mas, vou compartilhar com vocês duas regras de ouro que minha família utiliza para encontrar os melhores preços.

A primeira é: pesquise passagens em diferentes dias, em diversos horários.

Há pouco tempo, comprei uma passagem por um preço ma-ra-vi-lho-so, no meio da tarde. Como pesquiso várias vezes por dia (inclusive acordando mais cedo vez ou outra, e aproveitando as madrugadas), ao encontrar um preço bom, não hesito e compro. Avisei, então, outras pessoas que queriam viajar comigo. Quem esperou chegar em casa depois do trabalho pra comprar, se deparou com um preço 40% maior. Poucas horas depois, constatamos que o valor quase dobrou. True storie.

Usualmente, os valores de passagens mudam muito ao longo do dia, da semana… É fundamental, por essa razão, fazer várias pesquisas.

Uma segunda dica: normalmente, há muita diferença entre comprar passagens saindo diretamente de Guarulhos ou de outras cidades.

É claro que o mais cômodo é sempre comprar a passagem partindo da sua cidade e até o destino final. As vantagens são diversas: os horários de chegada em um aeroporto e partida para a próxima casam quase que perfeitamente, diminuindo o tempo de espera em aeroporto; não haverá maior stress caso um dos trechos atrase e você perca o próximo voo; a bagagem é despachada logo de início etc.

Mas, essa comodidade tem um preço que, muitas vezes, não compensa. Na minha experiência, a diferença de preço de uma passagem internacional partindo de Florianópolis (minha cidade) ou diretamente de Guarulhos pode ser de até R$800. Normalmente é assim.

Como é bastante comum haver promoções em que o trecho Florianópolis – São Paulo sai por R$200, R$250 ida e volta, usualmente acabo comprando a passagem partindo de Guarulhos e, depois, separadamente o trecho Floripa – SP. A economia costuma compensar. Mas, é claro que vale sempre conferir ambas as opções.

Também é sempre melhor tentar chegar ao maior aeroporto possível. Para lá, os preços serão melhores. Então, entre as várias cidades do seu destino, economize chegando (e indo embora) pelo aeroporto da maior delas.

Para que esse post não fique gigante, vou dividi-lo em mais de uma parte. Mas, antes de encerrar essa parte I,  vou contar-lhes como costumo prever o gasto com passagem aérea nesse planejamento prévio e o que faço ao final para comprá-la.

Costumo planejar uma viagem com, pelo menos, dez meses de antecedência. Isso me permite economizar muito, escolher os melhores hotéis, planejar tudo detalhadamente (para mim, o planejamento já é uma das etapas maravilhosas da viagem).

Por essa razão, tenho tempo para trabalhar com metas de preços para passagem aéreas. Dessa forma, nunca paguei mais do que R$2.200,00 numa passagem aérea (com taxas!). Coloco essa meta máxima e, como já contei, vou olhando todos os dias. A hora que atingir minha meta, compro!

Isso exige paciência porque, normalmente, a primeira vez que vou olhar, os primeiros valores mostrados nos sites de pesquisas equivalem a quase o dobro da meta. O negócio é não se desesperar e continuar pesquisando…eventualmente, baixa. Quem não tem paciência para esperar, paga mais caro. Simples assim!

Como estabelecer um valor como meta? Normalmente, o razoável a se pagar para ir para os EUA e destinos mais comuns (com aeroportos maiores) da Europa (Paris, Lisboa, Madri, Munique) é cerca de R$2.000, saindo de Guarulhos. Mais do que isso, é caro. A não ser, claro, que você não esteja comprando com muita antecedência.

Pra encerrar, uma dica extra que já dei no post anterior: baixe o aplicativo do Melhores Destinos, para receber notificações no seu celular de promoções de passagens aéreas. Cada notificação, uma tentação kkkkk.

No próximo post, falaremos sobre como orçar hotel, alimentação, deslocamento…

Se achou muito difícil planejar, não deixe de me mandar um e-mail! juliamanzi@gmail.com

 

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